segunda-feira, 21 de maio de 2012

A rádio comunitária e o exercício da cidadania

Qualquer comunidade necessita se expressar e externar todos os seus anseios, reclamações, gostos enfim revelar o que de fato é preciso e pertinente para sua realidade. É nesse contexto que uma rádio comunitária atua, equalizando vozes e reivindicações que por muitas vezes acabam por se dispersar rapidamente e nem chegam a alcançar a esquina mais à frente. O sentido de unidade e mobilização podem ser postos em pleno exercício através do conselho de moradores assim como outros núcleos que agregam os cidadãos em torno do próprio desenvolvimento da comunidade, mas uma rádio comunitária auxilia de forma massiva todas essas vertentes. Sendo assim, nada melhor do que conhecer mais de perto uma cidadã que faz parte desse contexto das rádios comunitárias desde o início do aparecimento das mesmas no estado de Pernambuco. Sandra Costa foi uma das fundadoras da primeira rádio comunitária do estado, a extinta rádio Sábia e hoje continua atuando na São Miguel FM ambas idealizadas no bairro da guabiraba na zona norte do Recife. Segundo dados da secretaria de planejamento, urbanismo e meio ambiente da prefeitura do Recife, Disposto numa área de 4.196,1 ha e 7.318 habitantes, o bairro além de ser o maior da capital pernambucana possuí uma taxa de analfabetismo de 28% constituindo-se assim num dos bairros mais desfavorecidos da região metropolitana do Recife.


PC: Pontes de Cultura
SC: Sandra Costa


PC- Qual a sua formação acadêmica?

SC- Hoje sou formada em jornalismo, mas sempre tenho atuado e trabalhado na área de saúde. Terminei a faculdade de jornalismo há pouco tempo, mas sempre gostei da área de comunicação.


PC- Como se deu o seu primeiro contato com a atividade radiofônica comunitária?



SC- Se deu a partir da necessidade que tínhamos de fazer algo pela nossa comunidade, então foi aí que eu e meu irmão criamos a primeira rádio comunitária de Pernambuco, aí a vontade de participar
dos processos comunicativos se deu a partir dos próprios problemas da comunidade.


PC- Você se refere à rádio Sabiá?


SC- Isso. A rádio ainda não era FM nem em freqüência modulada e sim através de Pick-ups e altos falantes nos postes, era rádio comunitária, mas ainda não era em FM.


PC- Qual foi o período de funcionamento da rádio?


SC- Ela foi criada por volta de 1988 e 1989. Na verdade a rádio foi instalada em 1984 e esteve no ar em um período curto até 88, 89.


PC- Por que a rádio não prosseguiu no ar?


SC- Ela não prosseguiu por que em todas essas comunidades existem as divergências políticas e diante disso tudo nós encontramos dificuldades porque quem estava na direção do conselho de moradores decidiu continuar, mas também havia pessoas que não faziam parte da direção da rádio e não queriam que a mesma continuasse. Ou seja, existia uma politicagem muito grande que trazia consigo os prós e os contras e isso fazia com que as pessoas que compunham a rádio Sabiá fechassem e reabrissem a mesma diversas vezes até decidirem por fechá-la definitivamente.


PC- O fato de a rádio Sabiá ter sido a primeira rádio comunitária do estado trouxe algum benefício e legado para a comunidade?


SC- Muito. Eu acredito que grandes coisas que surgiram na comunidade como forma de reivindicação tiveram a participação da rádio. Hoje temos um posto de saúde por exemplo. Uma das maiores conquistas da rádio Sábia foi justamente a legalização das terras Vila Canaã em Boa vista, onde inclusive consta no nosso documentário que está sendo finalizado sobre a rádio Sabiá que toca bastante a questão das lutas e das conquistas da comunidade e o papel da rádio em termos de mobilização. Então ela serviu muito à comunidade tanto em relação à saúde, ao transporte, a habitação, o lazer e a educação. Foi uma ferramenta importante para a comunidade.


PC- No momento você exerce algumas atividades na rádio São Miguel FM não é?


SC- Exato. Há mais de doze anos eu apresento um programa aqui na rádio São Miguel FM, inclusive quando a Sábia foi extinta o meu amigo Miguel Francisco, uma pessoa ótima, um ex-padeiro que agora está na atividade comunicacional, teve a idéia de montar a rádio que hoje inclusive já têm mais de vinte anos, então depois de também fazer parte da Sabiá juntamente comigo e meu irmão, Miguel me convidou e aqui estou com o programa Comunidade Cidadã todos os sábados.


PC- Sendo assim, fale um pouco sobre o seu programa, o Comunidade Cidadã.


SC- O Comunidade cidadã é um programa que leva as pessoas o conhecimento das situações de forma isenta, pois hoje a informação é passada de forma distorcida. A verdade que as pessoas têm que saber o que se passa de forma limpa. Além disso, nós interagimos diretamente com a comunidade já que a rádio comunitária sempre teve esse papel. O papel fundamental de uma rádio comunitária é justamente interagir e permitir a participação da própria comunidade sobre as mobilizações do próprio bairro. Então o meu programa é aberto a isso e livre para divulgar os problemas que estão acontecendo na comunidade daí nós fazemos a mobilização através da rádio com o conselho de moradores, as entidades que representam a mesma e temos também as ONGs. Aí a gente mobiliza as lideranças comunitárias para tocar nas questões pertinentes. O Comunidade cidadã é a participação do cidadão nas lutas e conquistas de sua própria comunidade.


PC- De que forma uma rádio comunitária atua na realidade de uma comunidade e como essa atuação se dá em especial por parte da rádio Sã Miguel FM no bairro da Guabiraba?


SC- Bem... A rádio atua de forma bem ampla. A programação aqui da rádio e bem diversificada. Por exemplo: gêneros musicais como o Forró e o brega têm espaço significativo na rádio, seja com o trabalhos dos DJs e principalmente com a participação do público no conteúdo musical e social. Sendo assim a rádio São Miguel atua tanto nas lutas da comunidade quanto no entretenimento escolhido pelo público.

Sede da rádio São Miguel, situada no bairro Guabiraba.

Sandra Costa apresenta mais um Comunidade Cidadã, no ar semanalmente há 12 anos.







Os integrantes da rádio tiveram que modificar a frequência de sua transmissão. 



PC- Existe algum tipo de integração entre algumas rádios comunitárias na região da zona norte do Recife?


SC- Na verdade atualmente sempre estão criando novas rádios e apesar de não ter nenhuma crítica negativa a fazer às novas rádios, existem pessoas que pensam que cada rua deve ter uma rádio comunitária. Acredito que deve existir até uma legislação séria sobre isso porque a rádio comunitária tem como seu ponto forte, como já disse, representar sua comunidade. Mas acho que quatro cinco ou seis rádios em uma mesma comunidade deixam a desejar um pouco na questão da unidade e mobilização, isso se evidencia ainda mais se formos ver a condição estrutural de algumas rádios (a rádio São Miguel teve que modificar sua freqüência passando do prefixo 95,5 MHz para 96,3 MHz, exatamente devido à instalação de outra emissora numa freqüência muito próxima da inicialmente utilizada pela São Miguel e que por isso prejudicava a qualidade de sua transmissão).


PC- Como você vê a atual conjuntura das rádios comunitárias, onde grande parte delas já está monopolizada por partidos políticos?


SC- Existem de fato rádios comunitárias que exercem seu papel e existem aquelas que representam o pode político partidário. Nesse sentido, uma rádio tem de ser independente, não poderia estar agregada a esse tipo de coligação. As lutas de cada dia não podem ser substituídas por certos privilégios e interesses pessoais. Ela deve ser livre, por isso não concordo de forma nenhuma que uma rádio comunitária esteja atrelada a correligionários de quaisquer partidos.


PC- Essa foi Sandra Costa, o projeto de extensão Pontes de Cultura agradece pela entrevista.


SC- Obrigado e boa sorte.

O programa Comunidade cidadã vai ao ar sempre aos sábados a partir das 10 da manhã na Rádio São Miguel FM 96,3 MHz


http://www.recife.pe.gov.br/pr/leis/1629397.doc



Jadiewerton Tavares

sábado, 12 de maio de 2012

Os enlatados estão ficando indigestos


Os enlatados estão ficando indigestos
A globalização é um termo utilizado para vários âmbitos entre eles: econômico, político e cultural. Este termo carrega um idealismo de unidade entre nações, às facilidades nas transações de mercado, na troca de informações fazem parte deste projeto de um mundo globalizado.
Os países considerados “desenvolvidos” utilizam o termo globalização para amenizar o estilo de expropriação nos países considerados “menos desenvolvidos”, uma ferramenta para esta amenização, e que as formas de consumo sejam as mais parecidas possíveis. Para que esse tipo de padronização de consumo possa ser alcançado à mídia é uma grande porta para isso. Como a TV é considerada a mídia que tem maior penetração nos lares de vários países, ela é o grande suporte para o que considero “domesticação cultural”. “A programação de uma TV que faz parte desta domesticação tem que está repleto de conteúdos e enlatados”, que são programas feitos em países como: Estados Unidos, Inglaterra, Espanha entre outros, que sofrem adaptações para que possam ser transmitidos por emissoras dos países subdesenvolvidos.
Em algumas vezes, estes enlatados não sofrem modificação nenhuma, sendo feita uma cópia do programa original. São recorrentes as opiniões de produtores e diretores de emissoras, que a escolha pelos conteúdos enlatados é explicada pelo seu retorno financeiro, a audiência destes produtos é enorme. A relação do Brasil com os enlatados não é nova, desde a década de 60 que as emissoras transmitem estes conteúdos, neste tempo era forte a exibição de séries, além dos filmes claro.
De 2000 para o ano atual, os realities shows, talk shows, tomaram conta da TV Brasileira, no caso do primeiro citado, acontece uma grande discussão atualmente, um produto totalmente feito para servir como vitrine de publicidades, contribui para algo nos lares brasileiros. É claro que o direito de assisti o que quer é um direito. Porém, a partir do momento em que qualquer conteúdo é veiculado na TV aberta, este produto sofre uma responsabilidade enorme.
A construção de um programa desvinculado de moldes estrangeiros, não é fácil, e, além disso, o apoio é mínimo. Até porque é mais fácil a emissora investir em um conteúdo pronto que já sebe que vai dar certo, do que em algo novo, cujo é uma incógnita. Quem abraça mais esta causa de programas locais são as TVs públicas, porque a audiência não é uma preocupação inerente.
Contudo, existem ótimas produções locais principalmente feitos por produtoras independentes que dão certo. Um exemplo deste é o antigo programa sopa diário, que era comandado por Roger De Renor, que hoje é presidente da TV Pernambuco canal 46. O programa é uma mescla de vários assuntos e sempre tinha uma banda fazendo uma espécie de Pocket Show, e convidados que debatiam sobre diversos temas, muitos destes que não figuravam nas pautas de nenhum jornal. O sopa era bem comentado na roda de bares, entre amigos e principalmente no meio artístico, já que o tema produção cultural local era o cargo chefe da maioria dos programas. Porém, tudo o que é bom (isso na minha super humilde e de vez enquanto, criticada, opinião) dura pouco.
São aquelas desculpas de sempre, o lucro não compensa os gastos, vamos dar uma reformulada na grade de horário, queremos dar oportunidade a outros projetos e ..., bem, ainda há esperança no fim deste túnel, recentemente foi uma lei aprovada no congresso, que obriga as TVs por assinatura a destinarem 60% de sua grade de horário para programas locais, ainda falta passar pelo senado e que a querida presidenta aprove, mas já causou a maior discussão, entre os donos dessas TVs e o governo. Só para lembrar, o direito de transmissão é obtido por meio de uma concessão pública, ou seja o povo que deve( ou pelo menos deveria), conceder essas concessões.

http://www.youtube.com/watch?v=m2Da1FQc0eQ&feature=related Para lembrar, um trecho ai do Sopa Diário.

domingo, 29 de abril de 2012

Rádio Escolar      

     Em meio a tantos projetos ligados ao Pontes, surgiu um bastante interessante para nós bolsistas e estudantes de Rádio, TV e Internet, que é o de uma Rádio Escolar. A Escola Carlos Alberto que fica no bairro do Prado, conhecida por sua ligação com projetos sociais, alguns deles juntos com a UFPE, mais precisamente com o PET, nos proporcionou a oportunidade de mexer e colocar pra funcionar mesmo uma Rádio.
     Como todas as outras Rádios Escolares que existem por aí, a proposta dessa é promover uma nova relação entre aluno/professor e vice-versa, deixando-a livre para intervenções dos mesmos e com a finalidade maior de dar uma nova face para a escola, um atrativo a mais tanto para os alunos como também para os funcionários.
     Essa Rádio será caracterizada por não só música ao gosto dos alunos, mas também com informações relevantes para os mesmos, sobre educação, vestibular, novidades e notícias de temas variados. Não deixando de lado a carga musical, pois afinal de contas se trata de uma rádio. Criando assim um lugar democrático, atendendo a demanda dos gostos de todos, com programas, rádionovelas e etc. 
     Com o objetivo maior de passar o conhecimento técnico para os alunos, vamos apenas plantar uma semente, para que depois os próprios alunos conciliem e possam continuar com esse projeto. 

Thais Câmara

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Oficina de crítica musical no Lar Fabiano de Cristo



A proposta do Pontes de Cultura está aliada a busca de socialização entre a UFPE e (neste momento) a comunidade da Várzea que se encontra tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe da Universidade. O projeto neste ano começou já com um saldo positivo na sua primeira oficina no Lar Fabiano de Cristo. Idealizada por todo o grupo do Pontes de Cultura, a oficina de crítica musical teve o intuito de, primeiramente, passar o conhecimento básico de períodos da música não só do ocidente, mas apresentando a praticamente desconhecida (pelo grande público) música oriental. Essa busca na raiz da música é vital, pois sem ela é complicado analisar uma produção atual já que, baseado no princípio da transformação da música, tudo vem de uma unção de estilos prévios.
Porém é importante frisar que a principal ideia da oficina foi criar uma visão crítica da da música. Assim, os estudantes do Lar Fabiano de Cristo mostraram interessados principalmente pela liberdade de debater os diversos estilos musicais apresentados.


Apesar de não ser um requisito para essa oficina, o fator dos estudantes do Lar Fabiano de Cristo terem aulas de música (tivemos a oportunidade de ouvi-los em seus respectivos instrumentos), só tornou o aprendizado mais rico tanto para eles, quanto para nós que administramos as mesmas.


Seguindo a liberdade que foi proposta desde o primeiro momento, foi de escolha dos alunos avaliarem dois discos. Esses foram: Negro Lindo do Grupo de Pagode/Suingueira Parangolé e o homônimo da banda de pop rock Nx Zero de 2006. Intercalando os dois discos com o intuito de toda a sala comentar sobre um álbum de sua preferência, os alunos fizeram as críticas que frutificam a oficina, no qual alguns resultados serão postados aqui no blog.
            


Laís Fancello

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Ensino Superior no Brasil

Segundo matéria da revista Ensino Superior apenas 8% da população brasileira têm o ensino superior completo. Mesmo com o incentivo massivo por parte do governo a programas como o PROUNI (e a conveniência que há para certas instituições particulares que por muitas vezes recebem em troca, espécies de anistia sobre seus débitos com o governo) o acesso às universidades e faculdades ainda é regido por um funil exclusivista e rentável denominado vestibular. Isso sem nos restringir ao acesso às instituições públicas, onde apenas parte dessa porcentagem se insere nas mesmas. Já reformas nos processos seletivos de várias instituições também se fazem presente tendo em vista a utilização seja de forma parcial ou total das notas do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM para que os estudantes que desejam dar seguimento à sua formação educacional possam conquistar as vagas oferecidas.

Diante de tal conjuntura, com as universidades públicas sendo ocupadas principalmente por estudantes vindos de classes mais privilegiadas e que por isso poderiam cursar seu terceiro grau numa instituição privada, singulares projetos se fazem presente como fruto do próprio meio acadêmico, leia-se os próprios estudantes que conseguiram ultrapassar os obstáculos que existem para quaisquer indivíduos vindos das camadas mais populares, que incentivam o acesso igualitário ao ensino superior público.

Se tomarmos como exemplo a universidade Federal de Pernambuco-UFPE é possível identificar movimentos e atuações nesse sentido. No próprio campus da Universidade e dele, já que projetos extencionistas funcionam, o estudante que pretende prestar o vestibular dispõe de diversos projetos com cunho social atuando na preparação de estudantes que normalmente enfrentam uma vulnerabilidade econômica e pretendem iniciar sua vida acadêmica. Senão vejamos: o pré-vestibular Solidário, Portal, Cidadão, Grupo de Apoio Preparatório e o Prévest, este último representando parte das atividades do Projeto de Educação Tutorial- PET da Universidade Federal de Pernambuco e do MEC são apenas alguns exemplos de projetos dessa natureza.

O grande propósito de projetos dessa natureza não é restringir a entrada na universidade apenas por parte dos indivíduos menos privilegiados, visto o procedimento padrão no processo seletivo existente e já citado, e sim proporcionar maior inserção do estudante pertencente às camadas desprovidas do acesso à educação nas universidades. Papel socioeducacional sendo cumprido em pleno exercício fazendo jus ao artigo 205 incluso na constituição federal de 1988 que assegura o direito à educação.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Abaixo seguem links referentes aos projetos citados assim como matérias e artigos relacionados à educação superior.

http://www.ufpe.br/proext/index.php?option=com_content&view=article&id=26&Itemid=113

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12223&Itemid=480

http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12124

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A mídia pernambucana e os movimentos culturais

A mídia pernambucana e os movimentos culturais
Se têm uma coisa que o pernambucano não pode reclamar é multiculturalidade do estado, do litoral ao sertão, coco de roda e xaxado, danças e ritmos que agradam a gregos, troianos e pernambucanos é claro. Mas, onde é que a sociedade pernambucana pode ver essas manifestações culturais? , na mídia? , se esta for sua resposta você está equivocado. A mídia pelo contrário implementa à industria cultural que é subsidiada pelos “jabás” , e segue a tendência de cultura de massa, achando que aquilo que a maioria gosta, é o que vai aumentar sua audiência.
É raro o apoio da mídia pernambucana aos movimentos culturais, um ou dois programas esporádicos seguem essa tendência, a maioria são de TV estatais, que infelizmente a audiência é baixa, pela falta de divulgação, e até mesmo pela má organização da grade de programas. As datas também são estratégicas, carnaval ou nas festas juninas. Pergunto-me algumas vezes se os movimentos culturais também querem ter seu espaço? Se permanecer no anonimato poderia ser por escolha?, Mas além desses movimentos fomentarem a cultura alguns desenvolvem trabalhos sociais que com certeza deveria ser registrado pela mídia. Quando falamos de mídia e movimentos culturais não podemos nos esquecer que tudo isso passa pelo crivo do direito a comunicação que qualquer cidadão deve ter, isso é determinado por lei, e que em quase sua totalidade não é obedecido pela grande mídia. Será que a sociedade consegue ver seus traços culturais na TV? As novelas, programas de auditórios, telejornais e entre outros, formam uma consciência voltada à cultura regional? Se não fosse por alguns redutos que preservam as manifestações culturais, muitas delas já estariam desaparecidas.
Da mesma maneira que o cinema nacional recebe apoio tanto financeiro como o de salas reservadas para exibição só de filmes nacionais, pela ANCINE (Agência Nacional de Cinema) ou os editas do FUNCULTURA que é vinculado a FUNDARPE, as produtoras independentes que fazem trabalhos junto a movimentos culturais deveriam ter apoio do tipo, mas só isso não basta, deve haver acima de tudo o reconhecimento do povo a tal iniciativa, sem medo de assumir suas raízes, da mãe de santo preta que tem um grupo de afoxé, do caboclo de lança que sai da zona da mata norte, do cavalo marinho, e sem medo mesmo de ser pernambucano!

Gostaria de deixar um vídeo, produzido
pela produtora estúdio zero, que já foi exibido na TV Brasil/TVU, que demostra essa ideia de movimentos culturais e mídia.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Escola Municipal de Artes João Pernambuco.


“Fruto da criação de um projeto (1887) destinado a oferecer cursos de artes e ofícios para crianças, jovens e idosos da periferia da cidade, e fortalecido (1990) por meio de mobilização comunitária comandada por professores e artistas locais, a Escola Municipal de Arte João Pernambuco foi fundada no dia 23 de agosto de 1991. Na gestão do prefeito João Paulo, a unidade foi impulsionada com a abertura de pelo menos 500 novas vagas e a criação de novos cursos.

Filho de Petrolândia, Sertão do Estado, o violeiro João Teixeira Guimarães (artisticamente João Pernambuco), nasceu no dia 2 de novembro de 1883. Após tocar em feiras livres no Interior e na Capital, João arrumou seu “matulão” com poucos pertences e viajou para o Rio de Janeiro (RJ), em 1904. No sudeste do País, após trabalhar como servente e outras funções, conheceu Catulo da Paixão Cearense, de quem se tornou amigo e parceiro. Entre suas várias composições, a mais popular, em parceria com Catulo, é “Engenho de Humaitá”, mais conhecida como “Luar do Sertão”. Entre os grupos musicais que formou, ao longo da carreira, o mais famoso foi “Os Oito Batutas”, também formado por Donga e Pixinguinha. Seu violão e sua viola silenciaram no dia 16 de outubro de 1947.” Matéria divulgada no site da Prefeitura do Recife(Educação, Esporte e Lazer).

Evento: Porta Aberta ano XII

Durante esta semana, mas objetivamente a partir do dia 13 de junho ao dia 17, durante os turnos da tarde e da noite, a escola de artes estará, como esclarece o nome do evento, abrindo suas portas para que pessoas da comunidade possam ser espectadores dos projetos teatrais que foram desenvolvidos neste primeiro semestre. Contando com alguns problemas estruturais, pelo fato ocorrido durante a cheia do rio, que fez com que uma parte da barreira acabasse desabando, o teatro da escola está interditado, mesmo com esses empecilhos a professora Tatiana seguiu com proposta do evento e ele será realizado da mesma forma que se realizou durante os últimos anos, mantendo viva a sua historia.